RESENHA - O PORTAL

Olá, como vão?

A resenha de hoje é de O PORTAL da Eddie Van Feu (falei dele AQUI e mostrei ele AQUI).
Já havia algum tempo em que eu estava “namorando” O PORTAL, pra falar a verdade, desde que o conheci, que ouvi falar dele. E finalmente tive a oportunidade e lê-lo e como esperava não me decepcionei com a leitura, bem vou deixar para falar mais sobre o que achei mais afrente.

RESENHA – O PORTAL

O Portal começa com as pacatas vidas de três amigos, Lorena, Marcel e Marcos. Lorena e Marcos cursam Psicologia na universidade e Marcel, direito. Cada qual com sua forma de ver e encarar as coisas, mas nem por isso são completamente felizes.
Lorena foi ensinada desde criança a agradar as pessoas acima de tudo, não importa se sua opinião é diferente, assim as pessoas “lhe fariam biscoitos”. Mas sempre quis algo mais do que isso, algo que a realmente completasse, que ouvisse verdadeiramente sua voz.
Marcel é limitador, fazendo as coisas certas porque lhe disseram que eram assim e pra ele é verdade absoluta. Dessa forma ele tenta decidir também as coisas por Lorena, já que sempre conviveu com ele, ambos são primos.
E Marcos, que trás em si a essência da diversão, sendo espontâneo também. Para ele não importa o caminho que tenha que cruzar, apenas que ele se divirta no percurso.

Até esse momentos acreditavam que suas vidas seguiriam o curso “natural” do “a vida é assim”. Sendo as pessoas que foram ensinadas a serem, impostas a serem e acima de tudo, que no fundo não queriam ser.
Mas a Providência de vez em quando toma caminhos que não compreendemos de imediato e foi o que aconteceu com eles.

Tudo começou quando Marcel deu nas mãos de Lorena um livros chamado “Os Demônios de Loudun” do autor Aldous Huxley.
Ela começou a lê-lo e cada vez que lia as palavras, linhas e páginas daquele livro sentia-se mais e mais atraída por ele e a história do pároco francês Grandier, do século XVII.
Grandier tinha uma mente rebelde para um padre, tinha sua própria forma de pensar, inclusive sobre o celibato. Isso lhe rendeu amizades de pessoas influentes, mas do mesmo jeito lhe rendeu inimigos, na sua maioria homens (para não dizer todos), muitos sentindo-se inseguros com a presença de Grandier em Loudun. Por que logo com sua chegada as mulheres retomaram um certo interesse pela igreja que já não tinham com tanto afinco. E Grandier ainda tinha um sorriso que poderia desbancar qualquer um, logo muitas mulheres se apaixonaram por ele.
Porém, ele gostava de uma boa briga e por isso não perdeu a chance de humilhar quem pudesse. Era um homem inteligente, tinha certas ambições, também.

Lorena já não se sentia mais nesse mundo, quando lia sobre Grandier sentia-se caminhando pelas ruas de Loudun. Acompanhou de perto a tentativa de tentarem incriminar o pároco, que acabou não dando muito certo, exceto pelo fato de fazer crescer o ódio de seus inimigos.
Ela simpatizava com o pároco e não entendia por que sentiam tando ódio dele.

Logo depois, foi a vez de Marcos começar a ler o livro. Ele e Lorena teriam que elaborar uma tese e usariam a história de Grandier nela.

Num sábado, Marcos foi a uma palestra de Psicobiofísica e lá falaram de Portais para outras Dimensões . O palestrante deu a Marcos um mapinha em um guardanapo onde poderiam encontrar um Portal.
Depois de um pouco de insistência Marcel concordou em ir até a “Cachoeira de Macacu”, onde ficava o Portal. Marcos contou animado sobre a palestra e sobre alguns casos.

Foram de carro até onde puderam ir, depois continuaram a pé. Marcel já queria seu piquenique romântico com Lorena, único motivo de ter concordado em ir. Apesar de serem primos, ambas as famílias acreditavam que seriam bom se os dois casassem e Marcel também acreditava nisso. Foi quando Marcos achou o local, os três engancharam os braços e passaram pelo Portal. Mas parecia que nada havia acontecido, tudo era bem igual.

Na estrada tentando achar o carro de Marcel, depararam-se com uma cena incomum. A sua frente vinham dois caras a cavalo, não usavam roupas “normais” e quando pararam diante deles perceberam que não falavam o mesmo idioma, falavam Francês.

A aventura das vidas de Lorena, Marcel e Marcos começaram com apenas um passo e lá estavam eles, diante de um mundo que já fora novo mas que hoje é passado, mas para eles era o presente.

No começo não faziam idéia de onde estavam, mas depois descobriram que estavam na França e mais tarde descobriram que estavam em Loudun. Chegaram lá bem o auge das atrocidades humanas cometidas contra Grandier, que agora era acusado de feitiçaria. E nele estavam procurando as marcas do diabo.

Naquele momento cada um começou a conhecer mais de si mesmo, principalmente Lorena e Marcel. Lorena já não aceitava mais abaixar a cabeça e agradar as pessoas, aquela não era a sua vida. E Marcel percebeu por que tanto se irritava com Marco, percebeu também que Lorena não era a “Lagarta” que sempre disse ser.
E entre essas descobertas vieram os atos heróicos e conseguiram libertar Grandier. Mas seus inimigos não se cansariam até vê-lo sendo queimado.

Havia a questão de encontrarem um outro Portal para poderem voltar e foi com a ajuda de Gerard que conseguiram a localização e horário em que o Portal se abriria.

Claro que não seria tão simples assim!
E de início Grandier queria vingança a qualquer custo, porém, ele não entendia o que havia feito, não entendia seus verdadeiros pecados. Só quando Marcos jogou a verdade na sua cara – em forma de livro- é que pôde compreender verdadeiramente.

E assim como Lorena, Marcel e Marcos, Grandier teve seu futuro mudado pelas mãos da Providência, mas pelos caminhos diferente que decidiram trilhar quando esta lhes deu as opções.

MINHA IMPRESSÃO

Assim que terminei de ler ficou claro como a água mais cristalina a mensagem da capa. Todos somos “lagartas”, até que aprendemos a caminhar por nós mesmos, sem o medo de magoar alguém ou não agradar tal pessoa. Por que uma borboleta, que tem asas, quer se sentir livre e quando trancada em um caixa de vidro sente-se novamente como uma lagarta e não pode voar, não pode ser livre.
Como falei antes, sabia que não me decepcionaria lendo O PORTAL, mas entendo somente agora o motivo do porque de conseguir lê-lo nesse momento.

A história é fantástica, baseada realmente em personagem históricos, como Grandier.
É uma história que nos faz parar para pensar o quanto de Lorena, Marcel, Marcos ou Grandier somos e o que nos falta para sairmos do casulo e encontrar a verdadeira felicidade.
Acho que o livro deveria ser considerado uma leitura básica, porque trás em si a verdadeira essência do que é a liberdade.

Eu realmente me perdi no tempo enquanto o estava lendo, até o momento de escrever a resenha eu não tava com muita noção de quanto tempo havia se passado desde que comecei a lê-lo. Talvez o nome O Portal não seja apenas uma coincidência.

Por isso eu digo, se você tiver a oportunidade de ler, não deixe essa oportunidade escapar!
Deixe-se adentrar por esse Portal e mergulhe num novo mundo velho!

Até mais!
Bjus =***